Sunday, May 27, 2012

Comparativo: Fiat Palio 1.6 manual vs Fiat Palio 1.6 Dualogic

27/05/2012 Carros do Álvaro — Quem troca marchas mais rápido: o homem ou o robô?Entre as preocupações do piloto em uma competição, as básicas são controlar a direção, a aceleração, a frenagem e a troca de marchas do carro. É o mesmo procedimento que você toma quando leva as crianças para a escola, embora nas pistas o ritmo seja mais frenético. Aqui, falaremos sobre transmissão: até que ponto uma caixa robotizada facilita a vida de um piloto – e, por extensão, do motorista? Câmbio robotizado, entenda, é o meio-termo entre a caixa manual e a automática convencional. Dispensa o pedal de embreagem, mas pode ser usada com trocas manuais. A Dualogic (Fiat), a Easytronic (GM) e a iMotion (VW) são as opções que temos por aqui. Mas qual a vantagem de ter um carro com o sistema? Para resolver a questão, escalamos dois Fiat Palio 1.6, um com transmissão manual e outro com a automatizada e levamos os carros para uma pista – a do Kartódromo de Guaratinguetá, interior de São Paulo. Ao piloto Caio Lara, da GT4, coube a tarefa de extrair o suco dos carros para descobrir qual o mais eficiente. Qual o seu palpite? 
O manual comeu poeira

O traçado do Kartódromo de Guaratinguetá não exige muitas trocas de marcha – basicamente se usa duas, a 2ª e a 3ª. Mas a embreagem foi bastante usada para manter o motor na faixa de torque ideal. “Em algumas curvas eu quis sair com o motor mais cheio e queimava a embreagem após o ponto de tangência para fazer isso”, explica Caio Lara. Na maior parte do traçado, porém, a tocada era ao estilo clássico: frenagem, redução de marcha, apontar para a curva e retomar velocidade. A maior diferença entre os Palio apareceu nas velocidades de entrada e de saída de curva: o carro manual chegava ao ponto de frenagem, tanto da chicane como da curva no fim da segunda reta, com velocidade levemente mais alta que a do Palio automatizado. Só que, na saída, havia perdido mais velocidade (veja gráfico nas páginas seguintes). No fim, o Palio com câmbio manual – mesmo tocado por um profissional – só extraiu tempo melhor que o do automatizado (no modo automático) no setor onde havia menos trocas de marchas. Se fosse um motorista menos experiente ao volante, o prejuízo no cronômetro seria ainda maior: reduzir marchas com rapidez em um autódromo não é para qualquer um. E ainda forçaria mais o sistema de transmissão.
Jogo rápido

Para trocar marchas com maior rapidez, os pilotos recorrem ao punta-tacco. Com o pé direito no freio, o piloto dá um breve golpe no acelerador com a lateral do pé, no momento exato da redução de marcha. Assim, o giro do motor é sincronizado com a velocidade da transmissão, eliminando o tranco na hora de soltar a embreagem.
Vitória do videogame

Logo na primeira volta com o Dualogic, Caio notou que as trocas de marchas ficaram mais lentas – e as reduções só aconteceram com giro abaixo das 4.500 rpm. Em contrapartida, a retomada de velocidade do automatizado é mais estável e progressiva. “Dá para perceber a atuação da embreagem”, diz. As borboletas no volante permitem uma tocada mais ousada nas aproximações de curva: em vez de frear, reduzir e só então apontar o Palio para dentro, neste caso, Lara podia frear, entrar na curva e reduzir as marchas já a caminho do ponto de tangência. De forma geral, os freios são mais requeridos, mas o conjunto de transmissão é poupado.

“Pude adotar a mesma estratégia que uso no Aston Martin de GT4, que também tem câmbio semelhante”, explica o piloto. Os melhores tempos vieram no modo de trocas manuais, mas, mesmo no modo automático, os tempos foram melhores que os do câmbio manual. “O automatizado é muito bom para o motorista comum, pois ele não vai abusar de uma marcha que não vai ajudá-lo na condução. E o modo 100% automático me impressionou. Dá para se concentrar bastante na pista, pois ele reduz a marcha no ponto certo. Para quem quer aprender a conhecer tangência de curva, ponto de entrada, é perfeito. Num autódromo grande, seria mais legal ainda”, explica Caio. A conclusão: se, com um piloto profissional, o câmbio automatizado foi o mais rápido, essa diferença ficaria ainda maior na mão de um amador (por conta do tempo mais alto com trocas manuais).
Deixa comigo

No sistema robotizado, atuadores eletroidráulicos controlam a embreagem e as trocas de marchas, que podem ser feitas automaticamente ou pelo motorista. O tempo das trocas varia de acordo com a aceleração, rpm do motor e modo do câmbio. Assim, o Palio troca marchas entre 0,72 s (esportivo) e 1,5 s. Com suavidade e sem trancos.

Confira os números abaixo:

Por: Rodrigo Leite / Fotos: Mario Villaescusa 
Fonte: CarAndDriverBrasil

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