Wednesday, June 6, 2012

Fiat busca apoio da União Europeia prara combater o excesso de produção

06/06/2012 Carros do Álvaro — Demanda enfraquecida causa prejuízos à fabricante italiana, que produz muito mais do que pode vender.
O CEO da Fiat, Sergio Marchionne pediu ajuda da União Europeia para combater o excesso da capacidade produtiva no continente. Marchionne tenta apoio político e financeiro para colocar em prática o fechamento de algumas fábricas de automóveis, além de cortes de empregados, principalmente nos maiores produtores da região, como Alemanha, Reino Unido, França e Espanha. O bloco, no entanto, resiste aos apelos do executivo italiano, por considerar controversa a questão da sobreprodução.

Nesta terça-feira, durante uma reunião da Comissão Europeia da Indústria, em Bruxelas, o presidente da Fiat teve, mais uma vez, seu pedido enfraquecido. Durante o encontro, foram apresentados planos para reativar as indústrias paradas. Em vez de abordar o excesso de capacidade, a proposta é aumentar o apoio para pesquisas de "carros verdes".

Marchionne viu ainda empresas como as alemãs Volkswagen, BMW e Daimler - que detém marcas como a Mercedes-Benz e AMG - recusarem a formação de uma frente unida com a Fiat. As fabricantes germânicas também estão em queda no Velho Continente, mas não enfrentam os mesmos problemas da italiana. Suas unidades na Europa usam mais de 90% do que é produzido, para atender à demanda vinda de mercados como o da China e o dos Estados Unidos.

Embora a UE resista em comprar a briga da Fiat, a tendência é que o número de carros em excesso dobre em 2012, chegando a cerca de 2 milhões de unidades. Os emplacamentos na Europa caem pelo quarto ano consecutivo, de acordo com dados da IHS Automotive, empresa que analisa o mercado do continente. Na contramão do trio alemão, as francesas PSA Prugeot-Citroën e Renault estimam que o prejuízo com o excedente de produção pode chegar a cerca de 7,4 milhões de euros (R$ 18,8 milhões) até o final do ano. A Fiat foi a primeira montadora europeia a fechar uma fábrica em seu próprio país desde a crise financeira de 2008. A unidade afetada foi a da Sicília, desativada em dezembro do ano passado. Na França, os postos de Aulnay e Rennes, da PSA, estão ameaçados.

No Brasil, a Mercedez-Benz anunciou recentemente a suspensão do contrato de trabalho de 1.500 funcionários em sua fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. O motivo é o mesmo: muitas unidades no pátio e poucos emplacamentos.
Fonte: MotorDream

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