Saturday, June 16, 2012

Novo VW up! x Uno x March x Celta x Gol

16/06/2012 Carros do Álvaro — Não é um comparativo. Mas é: o novo up! diante dos velhos rivais.por Luiz Guerrero / Fotos: Guilber Hidaka 
O Celta, à sua época, foi tão revolucionário quanto o up!. Mas isso foi há 12 anos – e o tempo passa rápido para carros que disputam preferências em um ambiente de forte competição. Se o VW é o primeiro compacto erguido sobre uma plataforma inédita, o Chevrolet inaugurou no Brasil (em Gravataí, RS) a linha de produção modular, em que todos os componentes chegam pré-montados na esteira.

E, como foi pensado para ser o carro mais barato do País, objetivo nunca alcançado por causa do Mille, chegou às ruas em trajes franciscanos. Ainda hoje, traz vestígios daquela época, embora tenha avançado muito em acabamento e no mínimo de conforto esperado. Mas não há milagre: não dá para comparar Celta e up! nesses quesitos – o VW é superior. O up! também se encontra muito à frente em ergonomia e espaço, resultado do projeto atual. Perde alguns pontos na área do banco traseiro, especialmente porque o túnel é mais invasivo que o do Celta e porque os vidros traseiros não descem. Ganha, por fim, no poder de sedução que seu desenho exerce.
Vette

Se há algo em que ambos rivalizam, é no prazer ao volante. Aqui, o Celta sai na frente, nem tanto pela energia nas acelerações ou nas retomadas, mas pela dinâmica. Como o repórter Juliano Barata lembrou, na C/D 46, na semana em que conviveu com a redação, o Celtinha ganhou o apelido de “Corvettão”. Não foi por acaso: o carro não se intimida com curvas, embora sua posição de dirigir seja alta e sem opção de regulagem, tem relação de marchas adequada para explorar os 78 cv do motor e um câmbio que aceita trocas rápidas.

O up! tem o melhor conjunto, liderado pela dupla motor-câmbio, mas é menos prazeroso quando o propósito é explorar os limites. Mas, se a gente falar em racionalidade, economia e em um projeto que resistirá por mais tempo, o up! é melhor.
Marco Antônio Pavone, que criou as linhas do up!, diz que sua inspiração foram as formas de um cubo. Peter Fassbender, diretor do Centro de Estilo da Fiat no Brasil e quem assina o desenho do Uno, afirma que o desenho do modelo foi inspirado em... um cubo.
 
Cubos evidentemente diferentes, pois as soluções de desenho dos dois carros têm poucos pontos de contato. Se nos detalhes, como a grade dianteira e a tampa de vidro traseira, o up! é mais atraente, no geral, o Uno agrada mais – e isso é um ponto positivo e tanto para o Fiat, pois desenho é um dos grandes argumentos de venda, especialmente para o comprador jovem.

Como no up!, o Uno abre ao comprador a possibilidade de personalização e tem em catálogo uma paleta de cores que quebra a rotina do preto-branco-prata. E, até aqui, temos empate técnico entre os dois carros.

Onde pega

O up! começa a se distanciar na qualidade do acabamento e no conjunto mecânico. A Fiat, sejamos justos, evoluiu muito nesses itens. Mas, diante do up!, ainda tem um longo caminho a percorrer: a marca precisa caprichar mais na montagem das peças de acabamento, que ainda apresentam folgas e tolerâncias fora do padrão, e na escolha de plásticos com texturas menos agressivas.

No conjunto mecânico, o quatro-cilindros de 75 cv, quando queima etanol, demora para encontrar disposição até atingir a temperatura ideal e perde parte da vitalidade por causa da alavanca de câmbio de curso longo. No up!, motor e câmbio falam a mesma língua – e são mais precisos.

A rigor, o maior rival do up! nem será o Uno, mas sim o futuro compacto da marca. Mas até a chegada do Fiat pernambucano, prevista para 2014, quem será escalado para enfrentar o VW é este sujeito de formato cúbico. Que, como se viu, não se daria bem.
No primeiro comparativo a que foi submetido (C/D 46) contra Celta, Uno e Gol, o Nissan March 1.0 saiu na frente por reunir mais virtudes que defeitos a um preço consideravelmente menor. Terminou com 17 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o Gol. Por virtudes, relacionamos preço, ergonomia, disposição, consumo, acabamento e garantia de três anos.
 
Se o up! tomasse parte naquele teste, o resultado seria outro. O carro da VW recebe os passageiros com mais simpatia, o ambiente interno é mais arejado, a posição ao volante é melhor e o espaço, maior. E o desenho é mais bem resolvido. É cedo para falar de preço, mas se a VW oferecer os mesmos benefícios existentes na Europa (na Alemanha, ela estabeleceu preço único de 98 euros para os custos fixos anuais do up! – seguro, revisões, impostos e taxas) e o carro na faixa dos R$ 25 mil, o up! será absoluto.
Referências

O motor do March, um quatro-cilindros 16V, não é nenhuma referência em modernidade, mas, ainda assim, é o que faz dele o melhor compacto para rodar na cidade, com menor consumo. Dos três nacionais aqui reunidos, foi o que menos sofreu nas subidas íngremes e o que ofereceu o nível de ruído menos incômodo. Poderia ter direção mais precisa e decoração interna menos sisuda, mas é um excelente carro para o dia a dia.

O motor do up!, em contrapartida, pode passar a ser exemplo de eficiência se chegar ao Brasil com as mesmas características do três-cilindros alemão e se conseguir se adaptar tão bem ao etanol quanto trabalha com a gasolina pura. A marca diz que o motor já está configurado para rodar com etanol ou com o coquetel de gasolina vendido no Brasil. Mas vamos esperar para conferir.
O Gol nem deveria estar nesta prévia de comparativo, já que não concorrerá diretamente com o up!,

mas colocado um nível acima do irmão estrangeiro – a mesma relação familiar que mantém hoje com o Gol G4. Mas o convocamos para mostrar o “Pacote 25 anos”, formado pelos novos revestimentos internos e calotas – um sopro de vitalidade antes da chegada da linha 2013. O principal motivo, no entanto, é... comparar carros com o mesmo DNA – e dar melhor referência do up! a você.

O G5, com seus 30 cm a mais de comprimento em relação ao up!, ainda seria o compacto a ser batido não fossem o preço e os custos – fatores que o impedem de se sair melhor nos nossos comparativos.

Estrelas

É mais carro que o up!? Sim, oferece vida a bordo mais agradável e dinamicamente é tão bom quanto: suspensão e freios têm o mesmo padrão de eficiência, embora a direção do up! seja melhor. Apesar disso, o Gol continuaria perdendo terreno nos aspectos que envolvem bolso. Perde ainda em segurança (o up! é cinco estrelas nos ensaios de colisão do EuroNcap, enquanto o Gol Trend 1.6, sem air bag, recebeu uma estrela do LatinNcap).

O Gol também é erguido em base sólida, a plataforma PQ24 que, no entanto, está com os dias contados. A nova geração do modelo, esperada para 2015, usará a base MQB. Será o passo que o distanciará ainda mais do up!. Ainda não temos informações sobre o desenho, mas a MQB obrigará à adoção da nova geração de motores EA 211, entre os quais o quatro-cilindros 1.4 (com injeção direta de combustível, na Europa).

up! ou Gol? Se o primeiro chegar na faixa dos R$ 25 mil, não há o que pensar: vá de up!. Já se a diferença de preço não for tão grande, fique com o Gol.
Fonte: CarAndDriverBrasil

No comments:

Post a Comment