05/06/2012 Carros do Álvaro — Eis a briga que interessa a você, entre os dois pesos-pesados.
Quando dois japoneses pesos-pesados querem se enfrentar, isso dá sumô. Os caras vão para o dojô, a arena, e vence quem tirar o outro de dentro do círculo ou obrigá-lo a tocar o solo. Entre os sedãs médios, ninguém pesa mais do que Toyota Corolla e Honda Civic, japoneses naturalizados e fabricados no Brasil. O Civic emagreceu por causa do irmão menor, o City, e o Corolla deitou e rolou. Agora, o Civic volta a chamar a atenção. Em vez do dojô, esses sumotori vão se enfrentar nas ruas. É a briga que interessa a você, comprador de sedãs médios, e que mostraremos a partir de agora.


Fonte: CarAndDriverBrasil
Quando dois japoneses pesos-pesados querem se enfrentar, isso dá sumô. Os caras vão para o dojô, a arena, e vence quem tirar o outro de dentro do círculo ou obrigá-lo a tocar o solo. Entre os sedãs médios, ninguém pesa mais do que Toyota Corolla e Honda Civic, japoneses naturalizados e fabricados no Brasil. O Civic emagreceu por causa do irmão menor, o City, e o Corolla deitou e rolou. Agora, o Civic volta a chamar a atenção. Em vez do dojô, esses sumotori vão se enfrentar nas ruas. É a briga que interessa a você, comprador de sedãs médios, e que mostraremos a partir de agora.

O campeão de vendas entre os sedãs médios não chegou lá à toa. Além da fama de inquebrável (veja o que ela fez pelo VW Gol), o Corolla tem um dos melhores motores flex do Brasil. Também tem ótimo valor de revenda. O caso é que ele tem ar de carro antigo. Entre em um 2012 ou em um 2002: a sensação será quase a mesma. É como ver desenhos de um lutador de sumô do século XV e de um atual. Em boa medida, foi que o deixou mal neste desafio. Mas não foi só isso.

Toyota Corolla XEI
+ Um dos melhores motores flex do Brasil
- É mais caro, mais defasado e menos completo
= Perdeu peso com a chegada do novo Civic
O jeitão arcaico do carro se reflete na mecânica. Com um motor tão bom, bastaria ter um câmbio à altura para fazer bonito, mas o automático de quatro marchas, único disponível para este motor, não só não o ajuda como o estrangula. A saída é lenta, devido à primeira marcha ser longa, e falta agilidade no trânsito. Seria pior, não fosse o motor. Como uma dupla de cantores em que um é extraordinário e o outro, apenas esforçado. A soma pende para o medíocre. Tanto que, com 13 cv a mais do que o Civic e seu motor 1.8, ele foi melhor do que o Honda em todos os testes de desempenho por pouca diferença.
Esse é o tipo de coisa que a Toyota poderia resolver mais fácil do que, por exemplo, a distância entre-eixos, de apenas 2,60 m. Isso só uma nova geração, esperada para 2013, será capaz de sanar. A curta distância penaliza os ocupantes. O espaço mediano faz quem viaja atrás ficar com as pernas apertadas se o motorista tiver mais de 1,80 m. Isso porque ele precisará colocar o banco todo para trás. E também ficará sem muito espaço, apesar disso.

Se você leu a C/D 48, sabe que a nona (geração) do Civic ficou mais atraente para o cliente típico de sedãs. E conseguiu a proeza quase como Fausto: vendeu sua alma esportiva ao Mefistófeles do mercado em troca de melhores vendas. Ou, em outras palavras, em troca da liderança (que ele perdeu não para o Corolla, mas para o fogo-amigo do City). Com isso, o sedã médio da Honda resolveu diversos pontos que incomodavam alguns compradores, como o porta-malas pequeno e a suspensão mais firme. Mas perdeu o que o tornava único e interessante. Acabou assumindo as mesmas características do Corolla. 
Honda Civic LXL
+ Novo, econômico, maior e mais barato
- A economia também pegou o acabamento
= Botou o Corolla no chão, mas foi por pouco
Em vez do estilo revolucionário que a oitava geração trouxe, a nona é meramente evolutiva, o que não a coloca à frente da concorrência, como acontece com o Hyundai Elantra. Só a diferencia bem do Corolla, que já parecia conservador diante do Civic antigo. Junte a isso o nome conhecido e confiável e a receita para melhora nas vendas está na mesa.
Por dentro, a proposta é exatamente a mesma, mas a evolução foi mais ousada. O painel em dois planos tem um bonito aspecto tridimensional e se preocupa em mostrar ao motorista como dirigir de modo econômico. As barras ao lado do velocímetro digital ganham azul mais intenso se você pressionar o acelerador, ou verde se andar com o carro só na casquinha. Você até pode afundar o pé, mas a resposta será decepcionante, mesmo no modo S (Sport) do câmbio. A calibragem é voltada ao baixo consumo. O carro, a propósito, foi pensado para isso: a direção, com mais curso de batente a batente, perdeu a rapidez que a caracterizava. A suspensão, mais suave, lembra a de qualquer sedã, menos a do Civic anterior. Depois de um tempo tentando andar rápido, você desiste, alivia o pé e passa a atentar para os números de consumo. Economia é o mote da nona do Civic.
Apesar do interior mais tecnológico, o novo Civic tem peças de desenho convencional, como as maçanetas das portas. Por consequência, de aspecto mais pobre, apesar do ambiente em duas cores, como o do Corolla. O fim do foco no motorista fez o Civic ganhar uma posição de dirigir pior que a do anterior, mas ainda superior à do Corolla. Os passageiros continuam a viajar com conforto no banco de trás, inclusive o do meio, mas o teto, mais baixo, maltrata quem resolveu crescer demais.
O porta-malas aumentou de 340 litros para 449 litros, algo que a Honda afirma ter conseguido só com a adoção de um estepe mais fino. Ótimo! Pena foi a versão LXL ter tentado ampliar o espaço ainda mais eliminando o acabamento da tampa e das hastes, deixando a lata exposta. É uma economia provavelmente desnecessária, que fará os mais exigentes torcerem o nariz e pensarem em pular diretamente para a versão EXS, R$ 10 mil mais cara, mas muito mais completa.
Neste duelo japonês, apesar de nenhum dos oponentes ser brilhante em nada, a tenra idade do Civic permitiu que ele deixasse o Corolla de tanga. Pelo menos até a chegada da nova geração do Toyota, em 2013.
Por Gustavo Henrique Ruffo / Fotos: Leo Sposito 
Toyota Corolla XEI
+ Um dos melhores motores flex do Brasil
- É mais caro, mais defasado e menos completo
= Perdeu peso com a chegada do novo Civic
O jeitão arcaico do carro se reflete na mecânica. Com um motor tão bom, bastaria ter um câmbio à altura para fazer bonito, mas o automático de quatro marchas, único disponível para este motor, não só não o ajuda como o estrangula. A saída é lenta, devido à primeira marcha ser longa, e falta agilidade no trânsito. Seria pior, não fosse o motor. Como uma dupla de cantores em que um é extraordinário e o outro, apenas esforçado. A soma pende para o medíocre. Tanto que, com 13 cv a mais do que o Civic e seu motor 1.8, ele foi melhor do que o Honda em todos os testes de desempenho por pouca diferença.
Esse é o tipo de coisa que a Toyota poderia resolver mais fácil do que, por exemplo, a distância entre-eixos, de apenas 2,60 m. Isso só uma nova geração, esperada para 2013, será capaz de sanar. A curta distância penaliza os ocupantes. O espaço mediano faz quem viaja atrás ficar com as pernas apertadas se o motorista tiver mais de 1,80 m. Isso porque ele precisará colocar o banco todo para trás. E também ficará sem muito espaço, apesar disso.

O interior tem um quê de anos 1990, como o repórter Juliano Barata observou depois de uma volta no carro. Não pelo esquema saia e blusa, mas pelo aspecto dos mostradores e das peças do interior, tão conservadoras quanto a aparência externa. Por mais que o som seja adaptado aos tempos modernos, com entrada auxiliar e USB. Parece um iPod na penteadeira da sua avó. Funciona, mas está fora de seu ambiente.
Por fim, a quantidade de itens de série fica devendo à do Honda Civic LXL, que já não é um primor nesse quesito. Por um preço mais alto. Diante do resto da concorrência, o Corolla até sustenta o “menos por mais”. Contra um Civic, que tem a mesma boa fama, mas renovado e mais barato, a coisa complica para o lado do Toyota.
Por fim, a quantidade de itens de série fica devendo à do Honda Civic LXL, que já não é um primor nesse quesito. Por um preço mais alto. Diante do resto da concorrência, o Corolla até sustenta o “menos por mais”. Contra um Civic, que tem a mesma boa fama, mas renovado e mais barato, a coisa complica para o lado do Toyota.

Se você leu a C/D 48, sabe que a nona (geração) do Civic ficou mais atraente para o cliente típico de sedãs. E conseguiu a proeza quase como Fausto: vendeu sua alma esportiva ao Mefistófeles do mercado em troca de melhores vendas. Ou, em outras palavras, em troca da liderança (que ele perdeu não para o Corolla, mas para o fogo-amigo do City). Com isso, o sedã médio da Honda resolveu diversos pontos que incomodavam alguns compradores, como o porta-malas pequeno e a suspensão mais firme. Mas perdeu o que o tornava único e interessante. Acabou assumindo as mesmas características do Corolla. 
Honda Civic LXL
+ Novo, econômico, maior e mais barato
- A economia também pegou o acabamento
= Botou o Corolla no chão, mas foi por pouco
Em vez do estilo revolucionário que a oitava geração trouxe, a nona é meramente evolutiva, o que não a coloca à frente da concorrência, como acontece com o Hyundai Elantra. Só a diferencia bem do Corolla, que já parecia conservador diante do Civic antigo. Junte a isso o nome conhecido e confiável e a receita para melhora nas vendas está na mesa.
Por dentro, a proposta é exatamente a mesma, mas a evolução foi mais ousada. O painel em dois planos tem um bonito aspecto tridimensional e se preocupa em mostrar ao motorista como dirigir de modo econômico. As barras ao lado do velocímetro digital ganham azul mais intenso se você pressionar o acelerador, ou verde se andar com o carro só na casquinha. Você até pode afundar o pé, mas a resposta será decepcionante, mesmo no modo S (Sport) do câmbio. A calibragem é voltada ao baixo consumo. O carro, a propósito, foi pensado para isso: a direção, com mais curso de batente a batente, perdeu a rapidez que a caracterizava. A suspensão, mais suave, lembra a de qualquer sedã, menos a do Civic anterior. Depois de um tempo tentando andar rápido, você desiste, alivia o pé e passa a atentar para os números de consumo. Economia é o mote da nona do Civic.
Apesar do interior mais tecnológico, o novo Civic tem peças de desenho convencional, como as maçanetas das portas. Por consequência, de aspecto mais pobre, apesar do ambiente em duas cores, como o do Corolla. O fim do foco no motorista fez o Civic ganhar uma posição de dirigir pior que a do anterior, mas ainda superior à do Corolla. Os passageiros continuam a viajar com conforto no banco de trás, inclusive o do meio, mas o teto, mais baixo, maltrata quem resolveu crescer demais.O porta-malas aumentou de 340 litros para 449 litros, algo que a Honda afirma ter conseguido só com a adoção de um estepe mais fino. Ótimo! Pena foi a versão LXL ter tentado ampliar o espaço ainda mais eliminando o acabamento da tampa e das hastes, deixando a lata exposta. É uma economia provavelmente desnecessária, que fará os mais exigentes torcerem o nariz e pensarem em pular diretamente para a versão EXS, R$ 10 mil mais cara, mas muito mais completa.
Neste duelo japonês, apesar de nenhum dos oponentes ser brilhante em nada, a tenra idade do Civic permitiu que ele deixasse o Corolla de tanga. Pelo menos até a chegada da nova geração do Toyota, em 2013.
Fonte: CarAndDriverBrasil

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